Da mulher que eu amava não resta nada. Ficou um trapo que deambula permanentemente de um lado para o outro, sem rumo nem destino.
Pára, por favor pára. Peço-lhe vezes sem conta. Pára, não faças isto a ti mesma, não nos faças isto. É um pedido mudo. E ela continua naquilo a que tem chamado vida.

Porque é que tens esta necessidade de nos ferir e demolir tudo à tua volta?! Porque é ages como se isso fosse um direito teu?
É tóxico. Culpo-me a mim mesmo por ter deixado isto acontecer. Por ter permitido que ela se anulasse a si mesma e destruísse toda a admiração que lhe tinha. Admirava aquela mulher cheia de força, que não hesitava e se entregava a tudo e a todos. Amava sem medir forças e o seu coração era o mais puro e terno que havia conhecido. Elevava-me, enchia-me de luz. Mas culpo-me, sobretudo, por continuar aqui. Não, não me deixei contagiar pela inércia. É medo, confesso. Medo de não saber continuar, de não saber viver depois dela, sem ela. E julgo que é também a esperança. Esperança de que ainda dê certo, de que as coisas ainda possam mudar, de que ainda sejamos felizes. E é isto que me move, porque o amor, esse, já morreu.
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