Estava escuro. Provavelmente tão escuro como em qualquer outra noite àquela hora. Mas para ele... Naquela noite tudo lhe parecia mais escuro e terrivel do que em qualquer outra. "É natural!", diziam-lhe. "São coisas que acontecem". "Tens de erguer a cabeça e seguir caminho". "Seguir caminho..." nunca seria tão dificil como naquela negra noite em que passou a estar sozinho. E pior de tudo, fê-lo sem vontade, sem razão aparente, sem destino. Passo a passo, devagar. Demasiado devagar. Mas afinal, não é isso que é viver?